domingo, 1 de outubro de 2023

Trem doido da Vida


Uns vão
Uns vêm
Uns vão
Uns vêm
Uns vão
Uns vêm
piuuuíííííí
Uns vão
Uns vêm
Uns vão
Uns vêm
Uns vão
Uns vêm
piuuuíííí
Uns vão
Uns vêm
Uns vão
Uns vêm
(Poemeto por uma tarde chuvosa)

postado no Facebook em 02/10/23

postado no Faceebook em 01/10/2

Nilcea Moraleida, Maria Auxiliadora Cordova Christofaro e outras 4 pessoas

quinta-feira, 29 de junho de 2023


'Minha Ivone, minha Sirigaita Fulustreca Lambisgoia, minha querida amiga importada dos grandes sertões de Iriri-ES, deslumbrante e imortal porta-bandeira da escola de samba dos Saturnino . . .  deixaste sozinho em plena avenida nosso mestre-sala Paulinho, deixaste arrasado na arquibancada a mim, seu mais fanático torcedor, deixaste desconsoladas pela vida afora suas dezenas de amigos e fãs. E por uma "besteirazinha de velho", como na segunda-feira, em seu leito no hospital, definiste a pneumonia que a acometera. Com esse seu risinho debochado que sempre me encantou e que pude, mesmo que em mensagem de texto via whatsapp, saborear pela última vez, encerraste em grande estilo a nossa deliciosa convivência desancando sem dó nem piedade a petulância dessa besteirazinha que ameaçava botar -- e botou -- água no nosso chope. . ." (texto do Tuca Zamagna, nosso amigo comum há mais de meio século)

sexta-feira, 17 de março de 2023


Postado no Facebook, em 17/03/23



Pinóquio, do Guillermo del Toro, é uma magnífica reverência à complexa arte da animação por stop motion. Nunca vi, em tal arte que me encanta, nada tão perfeito e emocionante. Em quase uma década de trabalho, del Toro e equipe produziram uma adaptação dramática da conhecida história, dando à versão fortes tons contra o fascismo. A meu ver, imperdível. E inesquecível. Vi, revi, e não pararei por aí. Vale a pena procurar e se deliciar com o documentário que registra a arquitetura e a construção paciente e dedicada do filme.

quinta-feira, 16 de março de 2023

 Postado no Facebook, em 16/03/23.


Me organizei todo. Convoquei o táxi acessível para uma rara saída de casa. A meta era levar no braço minha porção de vacina bivalente, no Centro de Saúde Confisco. Apeei, entrei dando boa tarde a todos que me olhavam (sempre adorei fazer isso, mas estou desacostumado depois de anos desse recolhimento domiciliar). Até que a Linda, cuidadora que me acompanhava, voltou desapontada lá de dentro contando que era dia de paralisação. Eu havia checado o site da Prefeitura antes de ir, e não havia tal informação. Foi bom rever a rua e as pessoas anônimas, e a sempre sofrida lagoa da Pampulha. Quando fui chegando de volta, soube que houvera há pouco um assassinato na rua, e nem duzentos metros nos separava da cena. Em casa, tomei um cafezinho recém coado, respirei fundo e fui ver o que acontecia mundo a fora.

domingo, 22 de janeiro de 2023

 No meu Facebook, em 20/01/23

Velozmente, o Brasil vai se tornando uma imensa Las Vegas digital. A jogatina, dissimulada nos variados "bets", tomou conta, e se torna uma das principais patrocinadoras, e não só nos esportes, pois vem se fazendo uma bóia para adiar o afogamento e a falência de veículos da mídia tradicional.


Pensei nisso ao ver o derrame de grana dos investidores Ronaldo Fenômeno e do matreiro Rivaldo na campanha da BetFair, à qual estrelam com o sorriso de muitos lucros.

Até meu Coelhão, vejam só, agora estampa no manto sagrado um novo "Bet", como principal patrocinador.

Eu não saberia listar, no momento, a já longa fileira de sites gulosos, salivando pela grana popular, mesmo daqueles mais humildes. Basta sonhar com os milagres da sorte, vendidos como se fossem atributos de todos.

Mas não se exige esforço para encontrá-los. Olhemos as propagandas nos estádios, na mídia, em sites de todos os tipos e vertentes ideológicas, e onde mais se possa seduzir nosso lado mágico. A proibição da jogatina no país, vigorando desde o Estado Novo, hoje é pouco mais que implicância nostálgica contra os bicheiros e seus anotadores.

Se a @Caixa monopoliza a jogatina profissional, que move fortunas, em nome de investimentos sociais, o que era o submundo, resolvido em disputas sangrentas, agora aflora nesses sites. Quase sem intermediários ou seguranças prontos para o que desse e viesse.

Os donos, aqueles que hoje mais lucram, são investidores que se resolvem em cotas e ações nas mesas do deus mercado, e o dinheiro gira em sofisticados algoritmos, que gerem as apostas, com frequência alocados em misteriosos recantos mundo afora. E nós, os apostadores na gama quase infinita de jogos ofertados, acessamos as portas de entrada através de sites bancários. Ali, como se comprássemos fichas ou bilhetes, fazemos os depósitos e, em raros casos onde não insistimos nas apostas, retiramos o dinheiro eventualmente ganho.

Quem arrecada esse tsunami de grana pingado por milhões de pequenos apostadores? O governo recebe os impostos que na certa seriam devidos? Onde? Nos paraísos fiscais? Alguém acompanha esse assalto à economia popular? Onde saber quem são os donos de tamanha farra? Tomara que o governo #Lula, com brevidade se disponha a investigar tal filão, e revele à opinião pública a face misteriosa dessa mutreta que cresce que nem erva daninha.

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

 Postado no Facebook em 13/08/22


Em "Minha Luta", sua auto-biografia política, Adolf Hitler escreveu que se não existisse o povo judeu, teria que ser criado. Ele carecia daquele inimigo imaginário, a quem atribuir a culpa pela crise econômica e moral, para empreender sua luta. Bozo, sua reprodução preguiçosa e tupiniquim, guardadas todas as proporções e conjunturas, poderia, se tivesse sido melhor alfabetizado, dizer o mesmo sobre os petistas e, mais amplamente, os adeptos do lulismo.
Adolf e Jair, esses dois desprezíveis personagens se justificam pelo ódio ao outro, mobilizando os seus seguidores pelo desejo de exterminar esse outro. Um outro que seria o diferente, o fraco sem méritos, o amante da razão. E que não se espere explicação racional e inteligível sobre esse ódio. Ele é uma invasão agressiva no pensamento coletivo que se escora em mitos e mentiras históricos, e em nosso caso, como atualmente por todo lado, se escora no pensamento mágico e religioso-ideológico ofertado com fartura, e por todos os meios, às massas. A escolha é paupérrima: ou se aliene de coração e mente, ou será consagrado ao comunismo.
Estamos numa guerra árdua e cruel, temos o futuro ameaçado pelo apodrecimento, inclusive o de nossas esperanças. Lutamos com as lanças das palavras, e temos as argumentações como escudos. Nossas melhores táticas passam pela inteligência e pela união, pela ação intensa do corpo a corpo, seja no terreno do convencimento interpessoal, seja nas redes sociais. E venceremos, esteja certo.

Maria Cristina Mendonça Teles, Marcelo Passos e outras 15 pessoas


terça-feira, 26 de julho de 2022


(postado no Facebook em 24/07/22)

Estudiosos sobre a extrema-direita em todo o planeta convergem para uma mesma percepção. O Brasil, com a derrota de Trump, nos EUA, tornou-se a derradeira bóia viável para se salvar no mar agitado em que esses movimentos ora se encontram. A Hungria é uma mera ilhota, e muito civilizada para o gosto da barbárie bruta. Toda a atenção, e apoio, dos radicais de direita estarão voltados para as eleições brasileiras, especialmente as presidenciais. Steve Bannon, à beira do xilindró, já declarou que o #Lula é o inimigo mais perigoso no mundo. E, além disso, Bannon vem constituindo o filho 04, o Bananinha, como uma nova grande liderança internacional. Em 2018 eles nos surpreenderam com seus jogos imundos nas redes sociais. Dinheiro não falta para seus laboratórios de maldades e baixarias produzirem novidades. Existe um alento no fato da justiça eleitoral estar mais alerta e combativa. Estamos a vinte dias do início oficial das campanhas, e elas serão tensas e estressantes, mas, espero, elas nos encontrarão fortes e calmos. Preparados pra vitória.


(postado no Facebook em 25/07/22)

Dona Michele estava linda e exuberante quando avançou na passarela do Maracananzinho. Um pitéu, diria eu num relance de fraquejada machista. Bem cuidada, bem penteada, vestida com luxo num longo verde, ela exibia segurança e parecia bem ensaiada, com ritmo e gestos de quem apenas inicia nova caminhada. Seu protagonismo sobreviverá à derrota do marido, e os marqueteiros sabem disso.

A Constituição tremeu ao vê-la abrir a boca, mesmo com a fala mansa. Tal afiado punhal, sua língua avançou sobre a Carta Magna fazendo sangrar nos seus preâmbulos a certeza pétrea do Estado laico. "O presidente foi escolhido por Deus para governar o país", cravou Michele, impiedosa, se expondo como a bela espiã remetida pela divindade para gorar nosso futuro. Dizem que quando Deus resolve ser mau, ninguém o supera.

Michele prosseguiu poderosa, monotemática comop seus admiradores preferem. No palco, mesmo sendo o presidente do partido que lançava o candidato, Valdemar da Costa Neto não era visto em primeiro plano. Desafeto de Michele, que não o tolera, sabe-se lá porquê, ela impôs sua ausência, e venceu.

Fiquei pensando se o pobre Valdemar não ficara nos bastidores, relegado a uma partida de truco com outros rejeitados, tipo Paulo Guedes e o Queiróz velho de guerra, Os filhos 02 e 03 justificaram ausência porque estariam nos States, o Carluxo passeando com a namorada (sic) e o Bananinha conspirando como sempre.

Ah, já ia me esquecendo. Teve também o inominável, em péssima e repetitiva lenga-lenga, as mãos nervosas procurando os bolsos, na certa confuso com os pedidos de moderação que lhe fizeram, o que o tira da zona de conforto da ira e dos xingamentos, o abdomên distendido por um colete, pré-ofuscado pela fala da Michele. Quem sabe meio desapontado com as arquibancadas menos cheias e uníssonas que as expectativas, já que alguns sócios do Centrão haviam sido vaiados. O candidadto não parecia nem feliz, nem confiante.

sexta-feira, 17 de junho de 2022


Postado no Facebook em 07 de junho de 2022

No Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, o jornalismo corporativo abre campanha em defesa do jornalismo profissional. Clara tentativa, algo desesperada (o #JN foi aberto com os âncoras em longo e patético silêncio), de delimitar território no imaginário público e na atenção da justiça sobre o sentido de responsabilidade e seriedade.

Tentam o diabo para inviabilizar e desacreditar a imprensa alternativa, de diversos matizes, que cresce de modo rápido, consistente e irreversível nas redes sociais. Isso enquanto a imprensa escrita e o jornalismo na TV a cabo conhecem a decadência, e têm que buscar novos modelos de oferta, especialmente na própria internet.
Está havendo uma democratização do espaço informativo na sociedade, quase inimaginável há poucas décadas passadas. Uma ocupação também profissional, séria e competitiva. A quem isso pode contrariar, levando a reações irracionais e, não raro, grotescas?


Postado no Facebook em 06 de junho de 2022

Como o Breno Altman, sou radicalmente contrário a qualquer restrição à liberdade de expressão. Nada deve ser tolhido, nada, embora possa ser punido, à posteriori, nos termos da Constituição e da legislação em vigor.

Esse direito fundamental, conquistado com muita luta, não pode ser manchado para se precaver de babacas como Daniel Silveira ou Roberto Jefferson. E daí dizer-se que detesta o Xandão ou quer fechar o STF? Não podemos impedir que um racista se manifeste, e pregue o que quiser. Devemos puní-lo exemplarmente, dentro da lei, se sua manifestação for racista. E quantas vezes for necessário.
Democracia é obra custosa, e pode ser sofrida. Desconfiemos da tranquilidade e do equilíbrio, eles sempre são de interesse de quem domina e explora. Muitas manifestações magoam, levam à ira, mas são fundamentais para nosso crescimento individual e coletivo.
O assunto é quase infindo, e convida a grande reflexão e discussão. Entrei no tema para defender o grande projeto que é o #Brasil247, ora duramente atacado por ter excluído a coluna do Rui Costa Pimenta, do PCO. Xandão, vibrante de poderes, tirou do ar as redes do PCO, numa medida arbitrária e censória, talvez querendo compensar as pauladas que andou distribuindo sobre redes da extrema direita, não raro de modo discriminatório, embora nos encantasse com o doce gostinho da vingança.
Ao suspender a coluna do Rui Pimenta, o 247 toma uma medida de aparência covarde, mas que é de prudência diante de uma ação arbitrária do Xandão, que pode se virar, e porque não viraria, contra a esquerda. Não seria o PCO um elo mais fraco, servindo como teste de sensibilidade das esquerdas? A manutenção da coluna não poderia levar à "punição" do 247 de forma ampla, levando ao risco um projeto construído com muita luta e coragem, que acompanho desde os primórdios? Projeto que envolve hoje o trabalho profissional de grandes jornalistas progressistas, que se viam sem espaço nem empatia na mídia empresarial conservadora.
É assunto pra muitas léguas de conversa.


Postado no Facebook em 23 de maio de 2022

 Hoje, depois de muitos dias, fui ao quintal tomar sol e sentir o vento. Sempre amei o vento, da brisa aos redemoinhos, em sua misteriosa transparência. O vento sempre me intrigou com sua radical liberdade, nos abraçando, envolvendo, lambendo apenas quando e como quer. Os homens tentam criar o vento, mas passam longe de suas nuances e sutilezas. Para o bem ou para o mal, só o vento misturou civilizações e povos ao insuflar velas. Os contatos antes se limitavam ao alcance do caminhar ou dos remos. De minha cama, costumo observar a vida acompanhando o balançar das copas de nossos coqueiros. Logo que pude ter um carro adaptado, antes do fim da faculdade, e pude enfim me exercer sozinho, meu programa predileto era montar no fuska e subir para o alto das montanhas, que é o que não falta (ou não faltava) aqui nos entornos de Beagá. Fiz então do vento farto meu oráculo, e ele nunca se negou. Pensava nisso hoje, ali no quintal, quando do vento já não o tenho em tal fartura.


sábado, 19 de junho de 2021

 04/06/2018. Katinha, amor da minha vida, completa seus sessenta anos. Mais linda, digna e altiva que nunca. Parece uma deusa. É uma deusa. Minha deusa, que desse seu tempo de vida dedicou quarenta e dois anos buscando fazer do ser miudinho que vos fala um ser humano pleno, realizado, feliz. Feliz como poucos dentre os bilhões que se equilibram sobre a casquinha dessa bolota maluca que gira no nada, rumo ao nada infinito.


No último ano e meio da vida de meu grande amor, tal triste pincelada do destino, um câncer abdominal se intrometeu em seu corpo, em nossas vidas. Tempo de uma luta tenaz, não raro insana, contra os rigores e as malvadezas da doença traiçoeira.


Hoje, com a valentia de sempre, sem queixas, lamentos, sem resquícios de vitimização, Katinha, meu amor, está ferida, frágil, extenuada. Seus olhinhos cansados, suas poucas palavras não ambicionam nada além de repouso e paz.


Com o apoio efetivo do Atendimento Domiciliar em Cuidados Paliativos da Unimed (em especial o doce carinho do Dr. Zé Ricardo e da enfermeira Mônica), construimos aqui em nossa intimidade, ambiente que nosso amor montou entre pequenos gestos de nossos cotidianos, um ninho forrado de afetos familiares onde ela, eterno amor de minha vida, vem podendo encontrar o silêncio e a paz de que tanto precisa.


Presente de aniversário, peço uma reza aos que são de reza, um pensamento positivo a todos, e em especial aos que a conhecem, amam e já partilharam de seus encantos. Coisa simples, singela, apenas desejando que ela tenha paz e repouso.Tenham certeza de que minha Katinha merece todos vossos melhores sentimentos.


Uma pequena consideração mundana. Sendo uma mulher forte e marcadamente visceral (não por acaso o câncer foi lhe disputar as vísceras)), seu adoecimento não é estranho à toda profunda indignação e revolta que ela sentiu com os desdobramentos do Golpe de 2016, com a queda da presidenta Dilma e, ultimamente, se entristecia muito com a perseguição ao presidente Lula, nossa admiração comum. Pra ela, tão íntegra, foi impossível digerir os fatos e as esquisitices obscurantistas de muita gente que ela ama.


Ela sabe que a vida é dura e perigosa. Ela me ensinou isso em milhares de pequenas, e inesquecíveis, lições. Em seu nome vou cravar nossa esperança, nossa briga do momento: #LULALIVRE

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

 Postado no Facebook em 12/01/21

Nos áureos tempos de minhas atividades profissionais e conjugais, eu recebia quatro jornais diários e quatro revistas semanais na caixa de correio, ou na grama do jardim para os entregadores mais estressados. Centenas de vezes tive que reclamar pelo telefone para reivindicar novos exemplares. Os originais haviam se empapado em poças d’água, ou sido triturados pela fúria canina.

Katinha, amor da minha vida, fazia exercícios de relaxamento para suportar a casa recheada de papel e de caixas com recortes destinadas a uso futuro. Aliás, futuro que nunca chegava. E sempre fui eclético no espalhamento. Revistas e jornais se distribuíam de modo equânime entre sala, quarto, banheiro e escritório. Haja amor e paciência pra segurar tais barras.

Escrevo com nostalgia, tendo à mão um velho iPad, que abduziu todo aquele papelório, multiplicado não sei quantas vezes. Um tédio, sem cheiro de papel e tinta, sem a luta para segurar as páginas quando o vento batia, sem dificuldades especiais para reencontrar aquilo que eu lera, e não lembrava onde.

O pior é que, mesmo afeito a uma nostalgia aqui, outra acolá, sou um velhote assanhado, afeito a novidades tecnológicas, embora cada vez menos apto a dominá-las, e mais agoniado frente a seus segredos. Mas, não tem jeito. Nasci contaminado pela certeza de que amanhã será hoje, e de cada hoje vai se esvaindo inexoravelmente em ontens.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Tem hora em que a velhice é mesmo uma titica. Cá estou, postado diante da TV, determinado a ver a longa live do #Alok, que, confesso, eu não sabia de quem se tratava. Fui no embalo e na curiosidade. Passada meia hora, e faltando outras três, me rendo... ao enfado. Não entendi o que ele faz lá, mergulhado em luzes pseudo-psicodélicas, e em caríssimos testemunhais publicitários. Me pareceu um Ratinho, ou uma Ana Maria Braga futuristas. Na próxima vez, havendo, virei chapado para talvez reavaliar minha caretice.


 Postado no Facebook, em 22/12/2020

terça-feira, 15 de dezembro de 2020





Essa moça bonita, e muito calma, é garçonete do Ah! Bon, no Diamond Mall, BH. Ela trabalha lá há muitos anos, e sempre se antecipava para nos atender. As simpatias eram mútuas, e os sorrisos sempre presentes.


Desde que a Katinha, amor da minha vida, morreu, e lá se vai ano e meio, eu nunca mais voltara ao restaurante. E era um lugar em que nós íamos com grande frequência, nos fins de semana. Comida  ótima, ambiente acolhedor. 


Hoje bateu vontade meio saudosa, o Ique, nosso filho, topou me acompanhar, e fomos. Estava bem cheio, mas apareceu uma mesa. Nosso filho se sentou, eu me acomodei (uma vez que já cheguei sentado), e a amável garçonete logo se aproximou. Depois dos cumprimentos, ela puxou um pouco para trás a cadeira a meu lado, e ficou olhando em torno.


Eu lhe disse, de mansinho:


- ela não virá mais!


Inteligente, rápida, ela me olhou nos olhos, voltou a cadeira para o lugar, e vi o brilho solidário em seu olhar umedecido. Um pequeno silêncio. Segurei meu choro, pedi uma caipirinha, e ouvi rápidas e suaves palavras de solidariedade e consolo, vindas do fundo de sua alma, provavelmente evangélica. Trocamos sorrisos de compreensão, respiramos fundo, e restabeleceu-se a ordem previsível no lugar.


Fiquei matutando entre golinhos da caipirinha bem tirada. Achei incrível que nem por um segundo tenha passado por sua cabeça que se tratava de uma separação, coisa assim. Eu sem a Katinha, ficou o subentendido, a morte haveria de ter se intrometido.


Semana passada, no zap, eu dizia à minha amada Marcinha, cunhada e madrinha de casório, como a tristeza crescia nessa época do ano. Mesmo não sendo nada natalino, nunca fui, o buraco no peito de tanta saudade da minha Flô, nessas viradas de ano, ameaça ser maior que o próprio peito.


Acho que estou entendo mais o recadinho que a Marcinha me mandou:


"pois é meu querido... imagino o quanto é difícil... mas sabe de uma coisa? o tanto que vc e Katita pareciam 1 só,  vc tá indo muito bem nessa vida!" E mais não disse, nem carecia.

 Postado no Facebook em 15/12/19

Eu atualmente quase não saio de casa. Quando saio, especialmente quando não se trata de cuidar da saúde e derivados, cada coisinha tem que gerar suas histórias. Sou conversador e sempre fui viciado em gente e em seus causos, verdades e mentiras.


Dizem que fui clonado de minha finada mãezoca, mas que algum choque inverteu os circuitos. Dona Regina era calada, discreta, prudente. Eu saí barulhento, exagerado e imprudente. Ela contava que desde que comecei a falar, mesmo já atingido pela pólio e suas lutas, eu era conversador, exibido, ia para os braços de quem se oferecia, e sedutor. Mãe é bicho danado de esquisito, quando o assunto é o que lhe foi gerado no ventre, ou mesmo gerado em sonhos adotivos.


Baixando a bola para mais um casinho de shopping. Eu havia me decidido a esfaquear a barriga de minha dieta, e, sob o trauma, matar o desejo anual de comer pannetone. Mas tinha que ser Bauducco, por exigência. E lá fomos para a Casa Bauducco.


Olha daqui, confere dali, e eis que me socorre uma mocinha linda, uniformizada, com uma daquelas bandejas, ou balaios, penduradas no pescoço, parecendo baleiros dos cinemas de ontem, oferecendo uma degustação, e recitando as virtudes de seu produto. Disse eu:


- gostoso demais. Comprei um do Verdemar, mas achei estranho, seco demais.


Disse ela:


- veja a diferença. Tem que ser assim molhadinho.


E eu:


- é, tem que ser sempre molhadinho. Assim que é gostoso.


Antes de terminar minha tréplica, senti que o botão da sacanagem tinha sido involuntariamente ligado. Só assuntei com o rabo de olho, e vi um certo constrangimento na cara da linda mocinha. Pressenti que, sem querer, eu havia vazado algum limite da convivência respeitosa e das boas maneiras.


Fazer o quê, meu pai Oxalá, se a degustação estava mesmo molhadinha e gostosa. E eu fora convencido a comprar o produto. É o tom. Já ouvi muitas vezes que carrego uma safadeza crônica na fala e no olhar. Saibam que isso é deslavada mentira, mas se, por acaso, for um pouquinho verdade (não acredito), terei que me cuidar. Coisas crônicas se agudizam com a velhice, e deve ser bem desagradável pegar a fama de velhote perverso, em companhia de quem melhor não ficar sozinha. Na linguagem de antanho se dizia velho tarado. Cruz credo. Quero ter um fim de vida calmo, meditativo, empático, compassivo, se possível com uma cara de Buda (atenção! Eu disse Buda).

segunda-feira, 23 de março de 2020




Há vários longos anos, novas complicações em minha saúde me empurraram para uma aposentadoria um pouco precoce. Passei, então, a viver num semi-isolamento social. Logo me ajeitei, apoiado numa vida caseira dinâmica e afetuosa. Sem sofrimento.
Com a morte da Katinha, amor da minha vida, há 649 dias, houve uma mudança profunda em minha vida. Por razões várias, fui caminhando para um isolamento intenso, e só não mais severo porque as fantásticas redes sociais, e os amigos que fui encontrando, em grande maioria virtuais, me mantiveram em equilíbrio e em chamêgo com a existência.
Mas, nos moldes em que construí minha vida, enquanto na ativa, vida ativa, afeiçoada ao amor e ao trabalho, meu cotidiano passara a ser de isolamento após a viuvez. Mais do que apenas costume, adquiri gosto pela vida assim. Sem sofrimento.
Meu isolamento convivia bem, e até se equilibrava com a vida em movimento e liberdade que eu percebia na vida e nas histórias dos amigos. Acho que era um modo de estar em circulação também, e de vivenciar liberdade de movimentos.
Foi isso o que mudou, estou quase certo. No meu cotidiano, afora uns bons incrementos nos cuidados caseiros, e o fato de ter o meu filho por perto todo o tempo, em home office, minhas atividades vem sendo quase as mesmas, no mesmo ritmo.
Então, porque essa estranha sensação de sufoco, e essa sombra de tristeza sobrevoando minha cabeça? Claro que, de um lado, essa tragédia desconhecida e sem tamanho é determinante. Mas, ver os amigos, e as pessoas em geral, desnorteadas e sofrendo com o isolamento social a que estão, digamos, compulsoriamente sujeitas, isso quebrou a equação de meu equilíbrio.
Parece que passei a sofrer, a me fazer ansioso com o sofrimento que o isolamento vêm trazendo a elas. Fico impotente, sem saber o que fazer ou dizer. Sem saber como ser companhia, divertí-las um pouco.
E o mais angustiante é imaginar que estamos apenas no início de uma história desconhecida. Que mais que um episódio efêmero e passageiro, daqueles que rendem boas histórias futuras, estamos todos frente a uma grave mudança na vida, pessoal e social que não virá num estalar de dedos, mas sim de uma crítica radical, e inadiável, de nossas incompetências, e da insustentabilidade de uma vida tão desigual.
Cá no meu canto, sonho que essa realidade modificada traga a humanização na comissão de frente.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Soluço na eternidade do infinito

Sonhar com o passado é nostalgia. Uma humanidade nostálgica se fecha para o presente, e faz do futuro caminhos para grandes tragédias. E esse acaso cósmico, que é a vida humana, não deixará nem marcas, nem saudades nesse soluço que teremos sido na eternidade do infinito.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

O SUS merece seu respeito e sua defesa

Aos que, como eu, são apaixonados pelo SUS, por sua sua concepção universalista e pelo bem imenso que (mesmo tendo que matar um Bozo, digo, um leão por dia) vem fazendo ao povo brasileiro e à saúde pública.
E, antes que me perguntam, tenho e uso um bom e caro plano de saúde. E assim, no cotidiano, tento aliviar um SUS subfinanciado, e ter uma assistência com a presteza que minhas condições de saúde hoje exigem. Um padrão que, quando vivi na Bélgica, me era garantido por uma política pública de saúde adequadamente financiada. Mas, importante dizer, que todas as cirurgias mais ou menos complexas, mais de vinte, que a poliomielite e seus desdobramentos me impuseram, desde quando era um bebê, foram todas feitas através do SUS, e seus antecedentes, em alto grau de eficiência, com os melhores profissionais.
Vivesse eu nos EUA, sem dinheiro para um plano de saúde, me restaria a compaixão de uma entidade religiosa, ou a mendicância.
Os brasileiros deveriam ter mais carinho com o SUS, e deveriam se engajar na luta permanente pela sobrevivência digna desse Sistema, dando oxigênio ao trabalho cotidiano de uma legião de grandes, e não raro heróicos profissionais de saúde.
Essa entrevista abaixo é um belo alento.
(postado no Facebook em 21/11/19)

Excludente de decência

Minha gente, bem sei que me deixo pautar em excesso pelo Bozo e suas peripécias. Reconheço. Mas é que ele me espanta, até me apavora, a cada nova aparição, a cada nova fala (e nem sei se fala seria o termo adequado).
Fico matutando sobre que ideia de sociedade, ou de convivência humana, existiriam dentro dessa cabeça paranóica, esperta e altamente ensimesmada, que vê a vida a partir de suas mesquinhas e reduzidas referências pessoais e familiares.
Hoje, novo espanto. Ele anunciou a proposta de que todo brasileiro esteja isento de culpa se matar, isso mesmo, se matar um intruso que invada sua casa, ou se intrometa na intimidade (sagrada, claro!) do lar.

E arrematou, sentindo-se um ser iluminado, que se a pessoa não quiser ter uma arma de fogo em casa, ninguém a estará obrigando. Caprichando na ironia, explicou que o cidadão pode optar por ter um tacape, um porrete, um estilingue.
O senso de segurança pública é muito complicado para sua estrutura mental política e moral. O pacto que os homens fizeram há séculos para abolir a necessidade de cada um cuidar de si, de sua própria segurança, que viabilizou a sobrevida dos fracos, dos velhos etc, para o Bozo é frescura da esquerda. A afirmação de que ele é pré-histórico, estejam certos, não é recurso retórico.
(postado no Facebook em 26/11/19)

Anjinhas e anjinhos merecem um amanhã, concorda?


E que uma doce paz cubra, como se escudo fosse, o futuro dos que chegam, só trazendo amor e alegria, nos responsabilizando pelo amanhã.

Sabe aquela bosta que bóia, que afunda mas volta, e segue as marolas? Pois é, o Lobão é uma daquelas. Muda o jeitão, vira de lado, mas é a mesma velha bosta.


Sempre adorei, e acho que sempre adorarei odes escandalosas e mulheres exageradas (embora tenha vivido de modo recatado e do lar). Quando vi a farta Gaby Amarantos, com a Duda Beat, apregoando os encantos e virtudes daquele recanto encantado que os repórteres policiais denominam genitália feminina, senti arrepios que invadiram meus mais recônditos segredos e desejos. Ufa!!! A reverência orgulhosa e o reconhecimento das infindáveis diferenças entre cada desenho anatômico, como se digitais femininas fossem, são mantidos, sabe-se lá por quantos séculos de pudores, como assuntos indevidos, pecados, medos. Eis que chegam mulheres exageradas, montadas em escandalosa poesia, e arejam o cenário e, tomara, as auto-estimas.








Quer compreender as coisas do amor. Consulte-os.

sábado, 9 de novembro de 2019

Certas datas comemorativas abrem fissuras nas memórias pessoais, e a nostalgia goteja, escorre sobre os sentidos. E, de algum modo, a gente revive o vivido, feliz ou não, mais ou menos nítido, mais ou menos passível de ser refeito.
Comemora-se 30 anos da queda do Muro de Berlim, e me teletransportei pra lá, truques da memória. Era 1974, no verão europeu, e o Muro ainda ficaria quinze anos em pé. No meu DAF adaptado, vermelhinho, carrinho popular holandês que me levou pra conhecer boa parte da Europa. Na maior parte das vezes viajei sozinho, desafiador e feliz da vida.
Em companhia de uma amiga alemã, fluente no português, moradora de Berlim, zanzei de cá pra lá, e conheci comovido boa parte daquele anti-monumento e de suas histórias. Em alguns pontos a gente se deparava com plataformas, acessíveis por escadas, das quais era possível contemplar o outro lado, mesmo se ainda separado por boa extensão de terrenos minados e cercados por arames farpados.
Eu não conseguia subir nas plataformas, mas me emocionava ao ver as pessoas, muitos velhos, acenando pro lado de lá com as mãos, ou com lenços brancos. Muitos binóculos e lunetas auxiliavam as fantasiosas pesquisas. Com ajuda da amiga, conversei com vários deles, ouvi histórias.
A história da própria amiga foi a que mais me marcou. Ela, ainda criança, tinha uma prima como melhor amiga, e moravam a cem ou duzentos metros uma da outra. Uma manhã, depois de uma noite de muita chuva e barulho, quando acordou viu que na avenida diante de sua casa havia um amontoado de ferros e arames que logo dariam base a um grande muro.
Ela ficará do lado ocidental, e sua prima do lado oriental. E até aquela data, ambas já adultas, nunca mais haviam se visto ou se falado. Uma sabia da outra através de raríssimas mensagens clandestinas. A amiga me contava tal tristeza com germânica sobriedade. Eu me desmanchando em lágrimas. De há muito perdemos o contato, mas na época da queda pensei muito naquele amoroso possível reencontro.
Como profissional do ramo, li um bocado de coisas sobre a importância histórica, política e sociológica daquela data emblemática. Mas, confesso, é na amiga que fiquei pensando. Estará viva? Feliz? Gente tão boa, ela mais que merecia.
Mas, a crueldade do tempo se apropriou de seu nome, e por mais que empurre caixas e caixotes na memória, ainda não encontrei. Em compensação, sua imagem veio nítida. Vivemos naqueles poucos dias, pequenos momentos românticos. E vejo seu rosto lindo bem pertinho do meu. Como a vida é bela!

sábado, 12 de outubro de 2019

Sem foguetórios, todos comemoram

Ouço o foguetório das 18hs, terceiro e último daqueles destinados a N. S. Aparecida. Antecedido por outros, às 6 e 12hs. E fico imaginando que tal barulheira deve ter tido sentido na roça, nos sertões, talvez lembrando das horas das rezas, ou convocando pras missas, coisas assim.


Só sei que aqui, no abafa e na intimidade involuntária das cidades, tais foguetórios servem mesmo é pra estressar, criar nervosismo e até pânico em seres, homens e bichos, que se abalam com tais estampidos.


Autistas, acamados, a maioria dos cães e gatos domésticos (que não conseguem fugir da cena), pássaros nos ninhos, e nem imagino quantos mais.


Comemorar, homenagear e orar de modos mais silenciosos devem ser ítens obrigatórios em qualquer novo pacto de civilização.

Sacerdócio é coisa de branco?

Houve um tempo, há muitas e muitas décadas, onde fui criança, menino, acho que até vestia azul. Juro que fui criança. Existem até testemunhas ainda vivas, poucas, que podem depor a meu favor.


Entre amigos e inimigos, não são raros os que acham que minha mente ficou por lá. Costumo concordar. Mas o corpo, pobre corpo, esse foi se acabando na faina insana, e interminável em vida, de arrancar folhas do calendário.


Mas, o papo é outro. Fui criança adestrada na religião católica, e cheguei ao honorífico cargo infantil de presidente da cruzada eucarística da paróquia do Carmo, aqui em BH. O passado condena.

E pra esse passado viajou minha cabeça, nesses dias em que na mídia vaza catolicismo. Senhoras de Nazaré e de Aparecida, Santa Dulce, miudinha e fogosa, e até o contestador Sínodo sobre a Amazônia, no Vaticano, ganhou espaço.

Viajei de fasto pra matutar sobre algo meio assustador, mas explicável sem cansaço. Moderninho, escaneei minhas memórias infantis, tanto das práticas religiosas, quanto dos anos de tortura, digo, de educação em colégio católico. Fui e voltei, fui e voltei, e nada de encontrar sacerdotes e derivados pretos.

Eram europeus ou brasileiros filhos escolhidos de famílias abastadas ou, em menor número, egressos da classe média branca.
Hoje, na fartura efêmera de catolicismo na TV, e me refiro aos eventos pátrios, a gente vê padres e diáconos pretos em quantidade. Embora, para eles, a escalada na hierarquia esconda paus de sebo. Poucos escalam com sucesso.

Naquelas lembranças infantis, em especial nos grotões que eu observava fascinado, havia sacristãos pretos, que com frequência também eram mestre de folguedos, ou velhos curas solitários, alguns já com traços mulatos. Coisa da roça.

Os pretos reprimidos, como logo se veria, em suas vocações sacerdotais (um mistura de misticismo com ascensão social), vieram socorrer a Santa Madre na crise vocacional, e abriram, no mesmo gesto, o exercício sacerdotal às classes mais populares.

E, com isso, outro serviço prestado, abriram os olhos católicos, em especial dos comandantes, para uma das chaves da extraordinária explosão das igrejas neopentecostais, e seus convites à ascensão de celebrantes populares. Muitos pretos entre eles.

Agora, o sufoco das vocações femininas, na misoginia católica, mas não só, isso é bem mais que outro capítulo. É outra história. E das tristes.

E como dói!

Hoje é dia de um tantão de coisas. O povo adorando Dona Cidinha, a maioria das crianças sonhando em um dia não serem tão pobres, mas meu velho coração ainda se ocupa com a Katinha, amor da minha vida. São 16 meses de ausência. E dói

segunda-feira, 30 de setembro de 2019




Na minha meninice, as avaliações de nossas vidas se davam em algum SNI ou CIA celestiais. Só nos restava o medo. Por lá ficavam os tribunais que nos encaminhariam para o céu, o inferno ou um tempo como trainee no misterioso paraíso. Implacáveis.
Hoje, rindo sozinho da invasão das bonequinhas eróticas nas minhas telinhas, pus-me a matutar sobre quão mudadas andam essas coisas do destino.
Nossas vidas hoje são avaliadas, em tempo real, e em estonteante dinâmica, nas catacumbas onde mourejam os donos do mundo e seus insaciáveis bancos de dados. As sentenças e seu cumprimento trafegam à velocidade da luz.
Sem esquecimento. Sem perdão.
Acabamos por ser o que querem que sejamos, senão acabaremos desconfiando de nós mesmos. Claro que amanhã seremos outros, se disso os sintetizadores se convencerem.
Pensei nas minhas bonequinhas sexys, e já temo encontrá-las debaixo do travesseiro, na água do banho, na sopa, e até no já invadido recôndito dos sonhos.
Tentei deduzir a lógica dos porões onde as máquinas decidiram por tais mini atrações fatais. Velhote, assanhadinho, olhando essas coisas na madrugada, viúvo, virtualmente carente, dado a devaneios... bingo! Não tem erro. Bonequinhas nele. Até quando, meu pai Oxalá?