sexta-feira, 17 de junho de 2022


Postado no Facebook em 07 de junho de 2022

No Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, o jornalismo corporativo abre campanha em defesa do jornalismo profissional. Clara tentativa, algo desesperada (o #JN foi aberto com os âncoras em longo e patético silêncio), de delimitar território no imaginário público e na atenção da justiça sobre o sentido de responsabilidade e seriedade.

Tentam o diabo para inviabilizar e desacreditar a imprensa alternativa, de diversos matizes, que cresce de modo rápido, consistente e irreversível nas redes sociais. Isso enquanto a imprensa escrita e o jornalismo na TV a cabo conhecem a decadência, e têm que buscar novos modelos de oferta, especialmente na própria internet.
Está havendo uma democratização do espaço informativo na sociedade, quase inimaginável há poucas décadas passadas. Uma ocupação também profissional, séria e competitiva. A quem isso pode contrariar, levando a reações irracionais e, não raro, grotescas?


Postado no Facebook em 06 de junho de 2022

Como o Breno Altman, sou radicalmente contrário a qualquer restrição à liberdade de expressão. Nada deve ser tolhido, nada, embora possa ser punido, à posteriori, nos termos da Constituição e da legislação em vigor.

Esse direito fundamental, conquistado com muita luta, não pode ser manchado para se precaver de babacas como Daniel Silveira ou Roberto Jefferson. E daí dizer-se que detesta o Xandão ou quer fechar o STF? Não podemos impedir que um racista se manifeste, e pregue o que quiser. Devemos puní-lo exemplarmente, dentro da lei, se sua manifestação for racista. E quantas vezes for necessário.
Democracia é obra custosa, e pode ser sofrida. Desconfiemos da tranquilidade e do equilíbrio, eles sempre são de interesse de quem domina e explora. Muitas manifestações magoam, levam à ira, mas são fundamentais para nosso crescimento individual e coletivo.
O assunto é quase infindo, e convida a grande reflexão e discussão. Entrei no tema para defender o grande projeto que é o #Brasil247, ora duramente atacado por ter excluído a coluna do Rui Costa Pimenta, do PCO. Xandão, vibrante de poderes, tirou do ar as redes do PCO, numa medida arbitrária e censória, talvez querendo compensar as pauladas que andou distribuindo sobre redes da extrema direita, não raro de modo discriminatório, embora nos encantasse com o doce gostinho da vingança.
Ao suspender a coluna do Rui Pimenta, o 247 toma uma medida de aparência covarde, mas que é de prudência diante de uma ação arbitrária do Xandão, que pode se virar, e porque não viraria, contra a esquerda. Não seria o PCO um elo mais fraco, servindo como teste de sensibilidade das esquerdas? A manutenção da coluna não poderia levar à "punição" do 247 de forma ampla, levando ao risco um projeto construído com muita luta e coragem, que acompanho desde os primórdios? Projeto que envolve hoje o trabalho profissional de grandes jornalistas progressistas, que se viam sem espaço nem empatia na mídia empresarial conservadora.
É assunto pra muitas léguas de conversa.


Postado no Facebook em 23 de maio de 2022

 Hoje, depois de muitos dias, fui ao quintal tomar sol e sentir o vento. Sempre amei o vento, da brisa aos redemoinhos, em sua misteriosa transparência. O vento sempre me intrigou com sua radical liberdade, nos abraçando, envolvendo, lambendo apenas quando e como quer. Os homens tentam criar o vento, mas passam longe de suas nuances e sutilezas. Para o bem ou para o mal, só o vento misturou civilizações e povos ao insuflar velas. Os contatos antes se limitavam ao alcance do caminhar ou dos remos. De minha cama, costumo observar a vida acompanhando o balançar das copas de nossos coqueiros. Logo que pude ter um carro adaptado, antes do fim da faculdade, e pude enfim me exercer sozinho, meu programa predileto era montar no fuska e subir para o alto das montanhas, que é o que não falta (ou não faltava) aqui nos entornos de Beagá. Fiz então do vento farto meu oráculo, e ele nunca se negou. Pensava nisso hoje, ali no quintal, quando do vento já não o tenho em tal fartura.