domingo, 22 de janeiro de 2023

 No meu Facebook, em 20/01/23

Velozmente, o Brasil vai se tornando uma imensa Las Vegas digital. A jogatina, dissimulada nos variados "bets", tomou conta, e se torna uma das principais patrocinadoras, e não só nos esportes, pois vem se fazendo uma bóia para adiar o afogamento e a falência de veículos da mídia tradicional.


Pensei nisso ao ver o derrame de grana dos investidores Ronaldo Fenômeno e do matreiro Rivaldo na campanha da BetFair, à qual estrelam com o sorriso de muitos lucros.

Até meu Coelhão, vejam só, agora estampa no manto sagrado um novo "Bet", como principal patrocinador.

Eu não saberia listar, no momento, a já longa fileira de sites gulosos, salivando pela grana popular, mesmo daqueles mais humildes. Basta sonhar com os milagres da sorte, vendidos como se fossem atributos de todos.

Mas não se exige esforço para encontrá-los. Olhemos as propagandas nos estádios, na mídia, em sites de todos os tipos e vertentes ideológicas, e onde mais se possa seduzir nosso lado mágico. A proibição da jogatina no país, vigorando desde o Estado Novo, hoje é pouco mais que implicância nostálgica contra os bicheiros e seus anotadores.

Se a @Caixa monopoliza a jogatina profissional, que move fortunas, em nome de investimentos sociais, o que era o submundo, resolvido em disputas sangrentas, agora aflora nesses sites. Quase sem intermediários ou seguranças prontos para o que desse e viesse.

Os donos, aqueles que hoje mais lucram, são investidores que se resolvem em cotas e ações nas mesas do deus mercado, e o dinheiro gira em sofisticados algoritmos, que gerem as apostas, com frequência alocados em misteriosos recantos mundo afora. E nós, os apostadores na gama quase infinita de jogos ofertados, acessamos as portas de entrada através de sites bancários. Ali, como se comprássemos fichas ou bilhetes, fazemos os depósitos e, em raros casos onde não insistimos nas apostas, retiramos o dinheiro eventualmente ganho.

Quem arrecada esse tsunami de grana pingado por milhões de pequenos apostadores? O governo recebe os impostos que na certa seriam devidos? Onde? Nos paraísos fiscais? Alguém acompanha esse assalto à economia popular? Onde saber quem são os donos de tamanha farra? Tomara que o governo #Lula, com brevidade se disponha a investigar tal filão, e revele à opinião pública a face misteriosa dessa mutreta que cresce que nem erva daninha.