segunda-feira, 15 de agosto de 2022

 Postado no Facebook em 13/08/22


Em "Minha Luta", sua auto-biografia política, Adolf Hitler escreveu que se não existisse o povo judeu, teria que ser criado. Ele carecia daquele inimigo imaginário, a quem atribuir a culpa pela crise econômica e moral, para empreender sua luta. Bozo, sua reprodução preguiçosa e tupiniquim, guardadas todas as proporções e conjunturas, poderia, se tivesse sido melhor alfabetizado, dizer o mesmo sobre os petistas e, mais amplamente, os adeptos do lulismo.
Adolf e Jair, esses dois desprezíveis personagens se justificam pelo ódio ao outro, mobilizando os seus seguidores pelo desejo de exterminar esse outro. Um outro que seria o diferente, o fraco sem méritos, o amante da razão. E que não se espere explicação racional e inteligível sobre esse ódio. Ele é uma invasão agressiva no pensamento coletivo que se escora em mitos e mentiras históricos, e em nosso caso, como atualmente por todo lado, se escora no pensamento mágico e religioso-ideológico ofertado com fartura, e por todos os meios, às massas. A escolha é paupérrima: ou se aliene de coração e mente, ou será consagrado ao comunismo.
Estamos numa guerra árdua e cruel, temos o futuro ameaçado pelo apodrecimento, inclusive o de nossas esperanças. Lutamos com as lanças das palavras, e temos as argumentações como escudos. Nossas melhores táticas passam pela inteligência e pela união, pela ação intensa do corpo a corpo, seja no terreno do convencimento interpessoal, seja nas redes sociais. E venceremos, esteja certo.

Maria Cristina Mendonça Teles, Marcelo Passos e outras 15 pessoas


terça-feira, 26 de julho de 2022


(postado no Facebook em 24/07/22)

Estudiosos sobre a extrema-direita em todo o planeta convergem para uma mesma percepção. O Brasil, com a derrota de Trump, nos EUA, tornou-se a derradeira bóia viável para se salvar no mar agitado em que esses movimentos ora se encontram. A Hungria é uma mera ilhota, e muito civilizada para o gosto da barbárie bruta. Toda a atenção, e apoio, dos radicais de direita estarão voltados para as eleições brasileiras, especialmente as presidenciais. Steve Bannon, à beira do xilindró, já declarou que o #Lula é o inimigo mais perigoso no mundo. E, além disso, Bannon vem constituindo o filho 04, o Bananinha, como uma nova grande liderança internacional. Em 2018 eles nos surpreenderam com seus jogos imundos nas redes sociais. Dinheiro não falta para seus laboratórios de maldades e baixarias produzirem novidades. Existe um alento no fato da justiça eleitoral estar mais alerta e combativa. Estamos a vinte dias do início oficial das campanhas, e elas serão tensas e estressantes, mas, espero, elas nos encontrarão fortes e calmos. Preparados pra vitória.


(postado no Facebook em 25/07/22)

Dona Michele estava linda e exuberante quando avançou na passarela do Maracananzinho. Um pitéu, diria eu num relance de fraquejada machista. Bem cuidada, bem penteada, vestida com luxo num longo verde, ela exibia segurança e parecia bem ensaiada, com ritmo e gestos de quem apenas inicia nova caminhada. Seu protagonismo sobreviverá à derrota do marido, e os marqueteiros sabem disso.

A Constituição tremeu ao vê-la abrir a boca, mesmo com a fala mansa. Tal afiado punhal, sua língua avançou sobre a Carta Magna fazendo sangrar nos seus preâmbulos a certeza pétrea do Estado laico. "O presidente foi escolhido por Deus para governar o país", cravou Michele, impiedosa, se expondo como a bela espiã remetida pela divindade para gorar nosso futuro. Dizem que quando Deus resolve ser mau, ninguém o supera.

Michele prosseguiu poderosa, monotemática comop seus admiradores preferem. No palco, mesmo sendo o presidente do partido que lançava o candidato, Valdemar da Costa Neto não era visto em primeiro plano. Desafeto de Michele, que não o tolera, sabe-se lá porquê, ela impôs sua ausência, e venceu.

Fiquei pensando se o pobre Valdemar não ficara nos bastidores, relegado a uma partida de truco com outros rejeitados, tipo Paulo Guedes e o Queiróz velho de guerra, Os filhos 02 e 03 justificaram ausência porque estariam nos States, o Carluxo passeando com a namorada (sic) e o Bananinha conspirando como sempre.

Ah, já ia me esquecendo. Teve também o inominável, em péssima e repetitiva lenga-lenga, as mãos nervosas procurando os bolsos, na certa confuso com os pedidos de moderação que lhe fizeram, o que o tira da zona de conforto da ira e dos xingamentos, o abdomên distendido por um colete, pré-ofuscado pela fala da Michele. Quem sabe meio desapontado com as arquibancadas menos cheias e uníssonas que as expectativas, já que alguns sócios do Centrão haviam sido vaiados. O candidadto não parecia nem feliz, nem confiante.

sexta-feira, 17 de junho de 2022


Postado no Facebook em 07 de junho de 2022

No Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, o jornalismo corporativo abre campanha em defesa do jornalismo profissional. Clara tentativa, algo desesperada (o #JN foi aberto com os âncoras em longo e patético silêncio), de delimitar território no imaginário público e na atenção da justiça sobre o sentido de responsabilidade e seriedade.

Tentam o diabo para inviabilizar e desacreditar a imprensa alternativa, de diversos matizes, que cresce de modo rápido, consistente e irreversível nas redes sociais. Isso enquanto a imprensa escrita e o jornalismo na TV a cabo conhecem a decadência, e têm que buscar novos modelos de oferta, especialmente na própria internet.
Está havendo uma democratização do espaço informativo na sociedade, quase inimaginável há poucas décadas passadas. Uma ocupação também profissional, séria e competitiva. A quem isso pode contrariar, levando a reações irracionais e, não raro, grotescas?


Postado no Facebook em 06 de junho de 2022

Como o Breno Altman, sou radicalmente contrário a qualquer restrição à liberdade de expressão. Nada deve ser tolhido, nada, embora possa ser punido, à posteriori, nos termos da Constituição e da legislação em vigor.

Esse direito fundamental, conquistado com muita luta, não pode ser manchado para se precaver de babacas como Daniel Silveira ou Roberto Jefferson. E daí dizer-se que detesta o Xandão ou quer fechar o STF? Não podemos impedir que um racista se manifeste, e pregue o que quiser. Devemos puní-lo exemplarmente, dentro da lei, se sua manifestação for racista. E quantas vezes for necessário.
Democracia é obra custosa, e pode ser sofrida. Desconfiemos da tranquilidade e do equilíbrio, eles sempre são de interesse de quem domina e explora. Muitas manifestações magoam, levam à ira, mas são fundamentais para nosso crescimento individual e coletivo.
O assunto é quase infindo, e convida a grande reflexão e discussão. Entrei no tema para defender o grande projeto que é o #Brasil247, ora duramente atacado por ter excluído a coluna do Rui Costa Pimenta, do PCO. Xandão, vibrante de poderes, tirou do ar as redes do PCO, numa medida arbitrária e censória, talvez querendo compensar as pauladas que andou distribuindo sobre redes da extrema direita, não raro de modo discriminatório, embora nos encantasse com o doce gostinho da vingança.
Ao suspender a coluna do Rui Pimenta, o 247 toma uma medida de aparência covarde, mas que é de prudência diante de uma ação arbitrária do Xandão, que pode se virar, e porque não viraria, contra a esquerda. Não seria o PCO um elo mais fraco, servindo como teste de sensibilidade das esquerdas? A manutenção da coluna não poderia levar à "punição" do 247 de forma ampla, levando ao risco um projeto construído com muita luta e coragem, que acompanho desde os primórdios? Projeto que envolve hoje o trabalho profissional de grandes jornalistas progressistas, que se viam sem espaço nem empatia na mídia empresarial conservadora.
É assunto pra muitas léguas de conversa.


Postado no Facebook em 23 de maio de 2022

 Hoje, depois de muitos dias, fui ao quintal tomar sol e sentir o vento. Sempre amei o vento, da brisa aos redemoinhos, em sua misteriosa transparência. O vento sempre me intrigou com sua radical liberdade, nos abraçando, envolvendo, lambendo apenas quando e como quer. Os homens tentam criar o vento, mas passam longe de suas nuances e sutilezas. Para o bem ou para o mal, só o vento misturou civilizações e povos ao insuflar velas. Os contatos antes se limitavam ao alcance do caminhar ou dos remos. De minha cama, costumo observar a vida acompanhando o balançar das copas de nossos coqueiros. Logo que pude ter um carro adaptado, antes do fim da faculdade, e pude enfim me exercer sozinho, meu programa predileto era montar no fuska e subir para o alto das montanhas, que é o que não falta (ou não faltava) aqui nos entornos de Beagá. Fiz então do vento farto meu oráculo, e ele nunca se negou. Pensava nisso hoje, ali no quintal, quando do vento já não o tenho em tal fartura.