terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Excludente de decência

Minha gente, bem sei que me deixo pautar em excesso pelo Bozo e suas peripécias. Reconheço. Mas é que ele me espanta, até me apavora, a cada nova aparição, a cada nova fala (e nem sei se fala seria o termo adequado).
Fico matutando sobre que ideia de sociedade, ou de convivência humana, existiriam dentro dessa cabeça paranóica, esperta e altamente ensimesmada, que vê a vida a partir de suas mesquinhas e reduzidas referências pessoais e familiares.
Hoje, novo espanto. Ele anunciou a proposta de que todo brasileiro esteja isento de culpa se matar, isso mesmo, se matar um intruso que invada sua casa, ou se intrometa na intimidade (sagrada, claro!) do lar.

E arrematou, sentindo-se um ser iluminado, que se a pessoa não quiser ter uma arma de fogo em casa, ninguém a estará obrigando. Caprichando na ironia, explicou que o cidadão pode optar por ter um tacape, um porrete, um estilingue.
O senso de segurança pública é muito complicado para sua estrutura mental política e moral. O pacto que os homens fizeram há séculos para abolir a necessidade de cada um cuidar de si, de sua própria segurança, que viabilizou a sobrevida dos fracos, dos velhos etc, para o Bozo é frescura da esquerda. A afirmação de que ele é pré-histórico, estejam certos, não é recurso retórico.
(postado no Facebook em 26/11/19)

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