segunda-feira, 2 de setembro de 2019

No Colégio Estadual, 50 anos depois.



Hoje, depois de meio século, voltei ao lugar onde vivi os melhores, mais encantadores e produtivos três anos de minha já longa vida. O Colégio Estadual Central, em Beagá, e os anos foram 1966,1967 e 1968.
Tendo sido convidado, pouco gentilmente, a abandonar o Colégio Marista, transferí-me para esse paraíso. E ali, mesmo naqueles anos de chumbo, ou talvez por isso, encontrei a diversidade, a inteligência, professores e colegas me ajudando a moldar meu caráter e a juntar os valores, especialmente humanistas, que ainda carrego comigo.

Essa manhã voltei lá, convidado a participar de um documentário profissional que está sendo realizado sobre o Clube da Esquina, uma de minhas praias de então. Em companhia do Márcio Borges e do Murilo Antunes, mergulhei de cabeça nas lembranças e nas experiências que faziam dali, nosso recanto comum, um vulcão de arte e de política, que espalhou suas lavas sobre aquele tempo.
Voltei à minha sala, conversamos com grupos de alunos, refizemos para as câmeras as trajetórias de então. Chorei que nem uma carpideira do sertão nordestino, disse à moçada que nos seguia, curiosa, muitas palavras de esperança pelo futuro que eles saberão construir, honrando a história do nosso Estadual.
O pequeno vídeo em anexo retrata minha entrada emocionada naquele espaço encantado, e a repetição do agradecimento, que um dia fiz cara a cara e diante de um auditório lotado, ao modesto Niemayer por ter colocado no meu caminho uma rampa que mudaria o meu destino, e não uma escada, que impediria tal alquimia. Ele deu um leve sorriso.
Meio sem treino, como tenho vivido, curto agora uma baita ressaca por tantas emoções.

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