- Calma porra nenhuma!
- Já te dei... o que você ganha tent...
- Cala a boca, caralho. Você fala pra cacete. Só não fui com seus cornos, e chega.
- Pô, cara, os homens estão aí... você não vai...
- Fecha essa porra dessa boca. Mete o olho aí no cano do oitão. Ri, caralho...
O estampido rasga o ar em tons polifônicos. Meu rosto se retorce para o lado num vai e vem pausado, meus olhos se fecham instintivamente em súbitas piscadas. Tento firmar a vista, os óculos estão intransponíveis. A pasta vermelha e branca me cobriu o rosto, sangue e miolos. Retiro os óculos, passo a mão na boca, uma, duas vezes. Braços firmes me amparam e me afastam. Diz-se que o gosto e cheiro das mortes violentas são impregnantes, que seus resíduos se colam à memória como a tintura de iodo se entranha numa pedra porosa. Sei que aquele quase menino viverá pra sempre comigo.
- Ei, por favor, alguém aí já sabe o nome dele?
Paulo...
ResponderExcluirdesculpe-me o termo chulo...mas pqp! que texto...um tapa na cara dos falsos estetas....um golpe de falta de fôlego nos curiosos...um bálsamo genesíaco como os de Augusto dos Anjos nos nossos miolos e carne...adorei!
Vc escreve demais...não pare, pf, não pare!!!!
Beijos.
Giselle Zamboni (gi)
Paulo,
ResponderExcluirsó mais um detalhe fundamental que esqueci de comentar...as fotos que acompanham seus textos fazem jus ao teu poder absoluto de dizer as coisas que devem e como devem ser ditas...parabéns!!!
bjs
Gi
Queria dizer umas coisas, mas a Gisele já fez picadinho delas. E muito bem temperado.
ResponderExcluirUma pergunta: você e o Tuca Zamagna combinaram esse festival de miolos estilhaçando pra fechar o ano fazendo-nos remoer os nossos?
Nada contra não. Só pra saber se agradeço aos dois em conjunto ou em separado...
Paulinho,
ResponderExcluir"Engraçado", "Legal" e "Interessante" não são rótulos suficientes para qualificar seu texto. Proponho a inserção do "Nusga!", bem mais conveniente e expressivo.