Ontem passei o dia tentando refletir sobre o episódio gerado pela publicação da coluna do César Benjamin, na Folha. O relato daquelas memórias continha muitos buracos, dúvidas que não deveriam existir (serem publicadas de imediato, sem checagem) no relato de uma suposta situação que envolvia a honra, e até a sanidade mental, do presidente da República, e, é evidente, o futuro político imediato da Nação. Não deu pra resistir. Lá se foi um email para o Carlos Eduardo Lins e Silva, a quem respeito, atual ombusdman do jornal.
Caro Ombudsman, sou professor aposentado do Curso de Comunicação Social da UFMG, e, talvez por vício, passo boa parte do tempo acompanhando os movimentos da mídia, em especial a nossa, também via internet. Sob a perspectiva tão complexa do que tenho visto, venho tentando resistir a formulações analíticas simplificadoras, idiotas e ressentidas com frequencia, tais PIG e outras menos votadas. Sou assinante da Folha desde sempre, coisa de várias décadas, e venho tentando manter, confesso que por vezes com certo esforço, a crença de que o projeto do Grupo é produzir um jornalismo limpo e de qualidade. Digo a você, a quem muito respeito, que o episódio César Benjamin, de ontem, conseguiu quebrar tal crença, temo que de maneira irreversível. Como crer que não haja um projeto polítíco na retaguarda, em especial na autorização editorial, de texto de temática tão delicada, arrancada evidentemente do limbo de uma memória machucada e doentia, e destinado a produzir óbvios e certeiros efeitos?
Paulim,
ResponderExcluirTestemunha do comentário de Lula naquele almoço há 15 anos, Silvio Tendler ,com sua competência de grande documentarista, resumiu tudo sobre a fofoquinha do Benjamin: rancor, ressentimento. De resto, é mais uma demonstração de mau jornalismo da grande mídia que divulgou essa história ridícula, inverossímil. Felizmente, não tenho o seu problema. Parei de assinar o globo há mais de um ano, e de comprar a folha aos domingos há mais tempo. Como você sabe, apenas cato esses jornais quando os encontro na lixeira do prédio, para forrar o chão. E nem pra isso eles andam prestando muito. São muito escorregadios, e meu cóccix, muito frágil...
Beijão
Não ignorei aquele seu e-mail, não. É que me pegou na testa e na nuca ao mesmo tempo. Uma pressão danada no cabeção oco. Mas tô pensando, pensando, pensando... E você bem sabe da minha pouca habilidade manual pra isso.
ResponderExcluirBeijão