sexta-feira, 12 de junho de 2009

Ah!, o amor...









Parece até conversa de político sem assunto, nem causa. Criou-se dia de tudo quanto é coisa, das pensáveis às impensáveis, das com algum fundinho que seja de justicativa às que são pura fermentação do oportunismo mais barato, majoritárias essas últimas, sem dúvida. Dia das mães, dos frentistas, das secretárias, dos avôs, das avós, dos pais, do contador, dos mortos (dia dos vivos ninguém ousa propor...), do meio-ambiente, do índio, e segue uma lista com ambições ao infinito.
Mesmo se meio precariamente vivendo em sociedade, envolvido que estou num aperfeiçoamento como ermitão (minha pós, diria, fosse eu ainda mais esnobe), não fujo aos rituais, obrigações e emoções inerentes a algumas dessas datas. Que mãe não se sente a última dentre as últimas se lhe falta a lembrancinha, mesmo um alô, dada pelos pupilos no dia que apregoam como o seu. Os pais também foram se adestrando nesse rastro. A secretária esbanjará mau humor, os mortos, coitados, esses já não estão nem aí, embora a reverência a eles persista, inda que decadente. Questões intrincadas, coisas pra pensadores com tempo e largos saberes.
Hoje é o dia dos namorados, e os pobres amantes foram tocaiados em todos os caminhos e vielas. Guerra aberta e despudorada, sem presente não há amor, sem presente não haverá perdão, dizem as propagandas, e seus ecos. Habitualmente sou mais romântico que a Katinha, a quem chamo de Flô, embora em suas introspecções, sei sem saber, sua alma romântica me derrote por goleada. Lá pela hora do almoço, ela me apareceu com um bem fornido buquê de flores (vide foto). Derramado nas emoções (que andam meio autônomas em minha cabeça), perguntei: são pra mim, Flô? E ela, bem ela, sem perder o tom de mulher moderna, não fraquejou: pois é, comprei pra nós! Me exultei na certeza de que seremos sempre namorados.

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