sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Sobrevivi...


Extraio do emocionante "A Queda", do Diogo Mainardi, que vou lendo no iPad:

Em 1939, "o Ministério do Interior de Adolf Hitler.... determinou que todos os recém-nascidos inválidos fossem denunciados às autoridades do regime.
O regulamento... mencionava, em particular, os portadores de 'mongolismo, de microcefalia, de hidrocefalia, de deformidades nos membros ou na coluna, e de paralisia, incluindo espasticidades'.
Em 1* de setembro de 1939, começou a II Guerra Mundial.
No mesmo dia, Adolf Hitler assinou um memorando secreto regulamentando seu programa de eutanásia".
Os médicos deveriam "decidir se aqueles que tinham, segundo o melhor juízo humano, moléstias incuráveis poderiam beneficiar-se, depois de atentos exames diagnósticos, de uma morte piedosa".
Morte piedosa era assegurada "àqueles que tinham uma 'vida sem valor' e uma 'vida inútil de ser vivida'.
Na primeira fase do programa de eutanásia de Adolf Hitler, foram mortos cinco mil recém-nascidos inválidos".

Para felicidade quase geral, e pra mim especialmente, Hitler perdeu a Guerra.
Nove anos após o memorando, eu nasceria nesse canto do mundo que poderia estar integrado ao sonhado império de Hitler.
Escapei da morte piedosa, e pude avaliar por conta própria (o que continuo fazendo todo dia) se a vida tem valor, e se ela é inútil de ser vivida.

Continuo sobrevivendo. A cada dia.

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