quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Azedou o caramelo.



A mídia se atropela em busca de furos, ou, ao menos, de um destaquezinho na cobertura da tragédia na área serrana fluminense. Tragédia de verão, como aquelas que há anos vêm quebrando o galho dos jornais, TVs e rádios nessas épocas de tradicional vácuo noticioso. O mico-mór dessa temporada, imbatível até agora, ficou por conta do tal cachorro Caramelo, aquele que teria ficado zelando pelo sono eterno de sua dona, deitado ao lado da sepultura cavada às pressas.


Rodolfo Júnior, voluntário que ajudava na tarefa urgente de se abrir as covas, levantou seu protesto. O cachorro que aparece na foto que comoveu o mundo é, em verdade, o John, fiel companheiro que o acompanha por toda parte, e ali estava só observando o seu trabalho. Parece que Caramelo até existe, mas sua história é outra. No Conversa Afiada, Paulo Henrique Amorim levantou o mico. Postei lá um comentário que reproduzo aqui:


Proponho um debate entre um representante da OAB, um das igrejas, um jornalista global, talvez o Merval, o governador Cabral (se prometer não fazer aquela ensaiada cara de choro), uma nutricionista (hoje quase não existem matérias sem a opinião da classe, e não me perguntem o porquê), e talvez um emocionável representante da tal comunidade. O tema? Caramelo é, ou não, portador de uma personalidade exibicionista? Caso o seja, que tipo de punição exemplar deveria ser imposta ao animal farsante? O momento é grave, a mídia não pode dar guarida aos que só querem aparecer.

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