sábado, 9 de fevereiro de 2019



Equação certeira. Causo puxa causo na ordem direta da extensão do carinho e da leveza da curiosidade que moverá eventuais ouvintes, leitores, amantes das imagens. Causos, quanto mais se vindos de cabeças envelhecidas, tal a minha, são frutos de garimpos em riachos já extorquidos. Causos tentam sobreviver em meio à massa de pensamentos que cada vez mais se atropelam, acuados pela ansiedade que os homens vêm escolhendo para ditar seus ritmos, causos ainda são pepitas que faiscam, tímidas e raras, escondidas nas bateias cheias de calhaus.

Tenho profundo amor pelos causos. Os que ouço, leio, vejo, ou os que conto. E tento não encará-los, mesmo que eles assim se anunciem, como historietas interessantes e gozadas perdidas no passado do tempo. Sempre busco ver os causos como historietas, sim, mas capazes de revelar, mesmo que um pouco, como eram e estavam os personagens então, e como os enredos produziam sentido à época, mas que foram se esvaziando com o fluir implacável da história. Nunca esquecendo que o revisto e relatado com olhar de agora, quando renasce, está cheio de novas significações. Aderências que se fizeram enquanto os causos e historietas repousavam, às vezes pra sempre, nos desconfortáveis becos da memória. Pois, é nessas quebradas que vivo trocando cotoveladas com o politicamente correto, e por vezes apanho, já que alguma utilidade brota dele

Ô bicho velho, que papo mais cabeça. Você não anda fumando em excesso os enroladinhos Damares? Tá virando daquelas coisas que só dá pra ler com um copão de café forte à mão. Do not worry about! Vez ou outra carece mostrar que fui, e talvez ainda seja, cientista social. Lembrar que tudo é relativo, menos o absoluto, e que mais valem dois pombos na mão, que um te cagando na cabeça, ou que atirei o pau no gato tô tô, mas o gato tô tô, não morreu, ao contrário do pobre Léon, do Sétimo Guardião. Peraí, que vou apagar esse Damares ali, que já sapequei o beiço. E vou logo alisar e seduzir meu travesseiro, e ele vai chamegar minha cabeça. Mas, nem sempre é assim. Nos noites em que suas espumas estão naqueles dias, aí é guerra. E até me sufocar o danado já tentou.

Olha a baixaria. Vou dar só a cabeça do causo de logo mais, mesmo sabendo que isso é uma tentativa canalha (tomara que não funcione) de fidelizar a deliciosa audiência, sempre surpreendente.

Vamos. O causo é de quando eu tinha um fusquinha amarelo, me apaixonei pela linda Pretinha e quase fui parar no cemitério, e de cabeça pra baixo (ou de ponta cabeça, expressão que o imperialismo cultural paulista vem impondo ao enlameado Brasil).

Doces sonhos, ou bom dia.

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