segunda-feira, 30 de setembro de 2019




Na minha meninice, as avaliações de nossas vidas se davam em algum SNI ou CIA celestiais. Só nos restava o medo. Por lá ficavam os tribunais que nos encaminhariam para o céu, o inferno ou um tempo como trainee no misterioso paraíso. Implacáveis.
Hoje, rindo sozinho da invasão das bonequinhas eróticas nas minhas telinhas, pus-me a matutar sobre quão mudadas andam essas coisas do destino.
Nossas vidas hoje são avaliadas, em tempo real, e em estonteante dinâmica, nas catacumbas onde mourejam os donos do mundo e seus insaciáveis bancos de dados. As sentenças e seu cumprimento trafegam à velocidade da luz.
Sem esquecimento. Sem perdão.
Acabamos por ser o que querem que sejamos, senão acabaremos desconfiando de nós mesmos. Claro que amanhã seremos outros, se disso os sintetizadores se convencerem.
Pensei nas minhas bonequinhas sexys, e já temo encontrá-las debaixo do travesseiro, na água do banho, na sopa, e até no já invadido recôndito dos sonhos.
Tentei deduzir a lógica dos porões onde as máquinas decidiram por tais mini atrações fatais. Velhote, assanhadinho, olhando essas coisas na madrugada, viúvo, virtualmente carente, dado a devaneios... bingo! Não tem erro. Bonequinhas nele. Até quando, meu pai Oxalá?

Nenhum comentário:

Postar um comentário