Yehuda Amichai (1924-2000)
Tradução de Shlomit Keren Stein e Nuno Guerreiro
Um homem não tem tempo na sua vida
para ter tempo para tudo.
Não tem momentos que cheguem para ter
momentos para todos os propósitos. Eclesiastes
está enganado acerca disto.
Um homem precisa de amar e odiar no mesmo instante,
de rir e chorar com os mesmos olhos,
com as mesmas mãos atirar e juntar pedras,
de fazer amor durante a guerra e guerra durante o amor.
E de odiar e perdoar e lembrar e esquecer,
de planear e confundir, de comer e digerir
que história
leva anos e anos a fazer.
Um homem não tem tempo.
Quando perde procura, quando encontra
esquece, quando esquece ama, quando ama
começa a esquecer.
E a sua alma é erudita, a sua alma
é profissional.
Só o seu corpo permanece sempre
um amador. Tenta e falha,
fica confuso, não aprende nada,
embriagado e cego nos seus prazeres
e nas suas mágoas.
Morrerá como um figo morre no Outono,
Enrugado e cheio de si e doce,
as folhas secando no chão,
os ramos nus apontando para o lugar
onde há tempo para tudo.
Falando em tempo, Paulinho, faz tempo que eu não o via a encabeçar por tanto tempo o meu blogroll. Duas postagens em dois dias... é de tirar o fôlego!
ResponderExcluirBeijão
Anga, desculpa, prometo moderar-me.
ResponderExcluirAcho bom!
ResponderExcluirE aproveite e modere também o seu assédio sobre as minhas seguidoras. Numa tarrafada só você pescou a Nirma, a Fred e a Virgínia Allan - filha temporã de La Wolf com o Poe!
Mas pra você não dizer que sou egoista (o que é a mais pura verdade!), jogue a tarrafa em Itajubá. Tem lá a Márcia Luz, mineirinha das boas: além de hospitaleira, é bonita e escreve bem que só!
http://marcialuzmg.blogspot.com
Bj
Um homem não tem mesmo muito tempo, e tem menos tempo ainda nestes tempos hodiernos.
ResponderExcluirEste blog é mesmo incrível!
Um abraço.